Quais são os seus principais pontos fracos?
Essa mesma pergunta pode ocorrer em diferentes enunciados, tais como:
“O que você considera ser sua eventual falha ou fraqueza”?
“Dentre os seus antigos supervisores, qual daria a referência mais fraca a seu respeito e porquê”?
“Qual a área ou aspecto do dia-a-dia de sua carreira no qual você precisa se esforçar ou trabalhar mais para se tornar melhor”?
Respostas suicidas
Muitos profissionais que não estão preparados para este tipo de pergunta são tomados de uma crise diarreica mental e tomam a oportunidade para “lavar a alma” e se expor com franqueza, transformando a entrevista numa sessão de análise. Deixam transparecer que têm dificuldades em manter a pontualidade, muitas vezes se atrasando para compromissos ou chegando tarde para o expediente, ou que se sentem intimidados quando necessitam falar em público, ou que tendem a ser arrogantes e dominadores com seus colegas etc.
Evite esse suicídio!
Outros refletem durante alguns instantes para depois declarar que não se recordam de nenhum ponto fraco a declarar.
Outro suicídio, pois estão negando-se a participar do enredo da entrevista!
Estratégia
Concentrar-se em ressaltar como pontos fracos os aspectos acessórios do trabalho, os quais em nada influenciam o seu desempenho profissional, o que lhe propicia duas alternativas de respostas:
Apresentar a deficiência, demonstrando que têm consciência da mesma e que está agindo no sentido de se corrigir:
Exemplos
Muitas vezes eu sinto dificuldade em delegar o trabalho para outras pessoas pois percebo que os resultados obtidos não atingem as minhas expectativas. Isso às vezes me sobrecarrega e eu sou obrigado a trabalhar horas adicionais na firma ou até mesmo em casa, para manter os prazos exigidos. Mas estou procurando corrigir essa deficiência. Recentemente eu li um artigo na Revista FORBES sobre o assunto, o qual me deu novas visões sobre a arte de delegar.
(Esteja preparado para responder sobre qual artigo você está falando. Ele existe e foi publicado sob o título “How to delegate more effectively in your business”. Caso seu inglês não seja lá essas coisas, escolha outro livro ou artigo para mencionar).
Eu percebi, agora que fui promovido para um cargo acima, que a quantidade de relatórios e de informações que eu recebo é muito maior e me toma muito tempo para me manter atualizado, o que desvia minha atenção e muitas vezes me obriga a levar trabalho para a casa nos finais de semana. Por essa razão, eu me inscrevi num curso de Leitura Dinâmica para acelerar minha capacidade de absorver novas informações.
Eu não possuo grandes fraquezas que interfiram na eficiência do meu trabalho. O que às vezes ocorre é que eu me atraso na elaboração dos relatórios semanais de atividades. Mas eu tenho boa memória e faço anotações detalhadas de tudo o que executo de tal forma que sempre tenho todas as informações necessárias para recuperar o atraso e produzir relatórios precisos e de boa qualidade. Conversei com o setor de desenvolvimento de pessoal do departamento de recursos humanos e eles me sugeriram um curso sobre Administração do Tempo, que vou iniciar na próxima semana.
Eu planejo em detalhes cada dia do meu trabalho, estabeleço as metas que quero atingir e sou muito impaciente e exigente comigo mesmo. Por causa disso, eu tenho muitas dificuldades em aceitar as interferências externas que me obrigam a mudar o rumo do trabalho ou que prejudicam os meus objetivos. Isso me torna mal-humorado e às vezes impaciente com as pessoas. A ioga está me ajudando a melhorar o autocontrole e a aceitar que o mundo não é como eu o desejo.
Como você sabe, grande parte de minha experiência anterior esteve concentrada em assuntos técnicos de engenharia e pesquisa. Mais recentemente, após minha última promoção, tomei conhecimento da importância dos aspectos comportamentais quando gerenciando pessoas. Em decorrência, eu me inscrevi num seminário de seis dias para melhor compreender a liderança de equipes. Foram cobertos os aspectos de motivação, a busca da realização profissional, como construir a confiança da equipe e problemas de comunicação. O seminário foi de grande utilidade para mim.
Apresentar como deficiência uma característica que, na realidade, pode ser considerada uma virtude.
Exemplos
Quando estou executando um trabalho, com prazo apertado para a conclusão, eu tenho uma concentração de energia tão grande que perco a noção do meu entorno. Muitas vezes pessoas falam comigo e eu nem as escuto. Perco a noção do tempo e até me esqueço de almoçar ou de outras necessidades pessoais. Ocasionalmente as pessoas se sentem ofendidas porque não lhes dou a atenção e as ignoro. Mas eu não faço isso de propósito.
Meu grande defeito é a impaciência com o erro. Mas eu não sou irracional. Existem erros que decorrem da dificuldade em prever determinadas circunstâncias ou de eventos inesperados. Nesse caso é inútil buscar culpados; o importante é manter a atitude proativa e buscar corrigir a situação da melhor forma possível. O que eu não suporto é o erro decorrente da falha de julgamento ou da falta de atenção. Nesses casos, eu chego a ser desagradável com as pessoas.
Eu me concentro no trabalho com toda a energia e concentração. Eu acho que assim é que deve ser. Por isso, eu não suporto conviver com pessoas que ficam enrolando, perdem tempo, fazem chacrinha e tratam de assuntos pessoais durante o expediente. Eu não consigo refrear meu descontentamento, fico de mau humor e não sei disfarçar. Às vezes quando eu entro num local a conversa cessa.