Durante anos as pessoas aferraram-se à crença inabalável de que o progresso não somente era possível, como também inevitável.
A expectativa de vida iria crescer indefinidamente, o progresso material se multiplicaria e o conhecimento cresceria sempre.
Nada existia que não pudesse ser melhorado.
O conceito focado no progresso entranhou-se no mundo dos negócios e se tornou um capataz implacável.
Funcionários e colaboradores ao redor do mundo foram acorrentados à roda da melhoria constante.
Com o olhar vidrado, passaram a repetir o mantra: mais rápido, melhor, mais barato! Todos se viram mesmerizados pela monomania de trabalhar mais e com mais afinco para alcançar cada vez menos.
Esta versão do progresso criou um ambiente cínico. Foi prometido o alívio do tédio e as pessoas se tornaram vítimas de demandas monotonamente exigentes em torno de sempre superar o desempenho passado.
Todo ano, todo período, o trabalho concentrava-se num só objetivo: ser melhor.
Foi prometida autonomia e, em troca, as pessoas receberam políticas corporativas.
Foi prometida a oportunidade de contribuir, de ser criativo e se concederam as diretrizes de reengenharia e right-sizing, entremeadas de reuniões de alinhamento que reduzem o conteúdo individual a uma massa uniforme.
Foi prometido empoderamento, mas a nova realidade das comunicações e os sistemas de ERP, global sourcing etc reforçaram os mecanismos de controle e de interferência dos escritórios centrais, promovendo a “juniorização” das administrações locais.
A era da revolução
Agora estamos numa nova era – a era da revolução.
É uma era de rompimento de paradigmas, de fortunas criadas e destruídas numa velocidade estonteante.
Efetivamente, a mudança mudou! Na era do progresso, a mudança ocorria em etapas progressivas que raramente geravam soluções radicalmente inovadoras.
Na era da revolução, uma companhia que evolui lentamente está no caminho da extinção.
No passado, durante a era do progresso, uma grande organização tinha ainda a possibilidade de se recuperar se eventualmente ficasse para trás num salto tecnológico.
A sua massa crítica representada pela presença global, marcas respeitadas e fluxo de caixa permitiam-lhe a regalia do tempo para se recompor.
Na nova era de mudança acelerada a organização que derrapa numa das curvas do progresso pode nunca mais se recuperar.
Heresia é a palavra do momento. Ser herege significa adotar uma linha de pensamento diferente de um credo que suporta um sistema organizado.
Deve-se compreender que cada estágio tecnológico trás consigo uma superestrutura mental e conceitual que o justifica e pereniza, como se fosse parte de leis naturais.
A ideia de melhoria constante tornou-se a religião do gestor.
O conceito de progresso está associado à noção de pensamento linear, no qual ser melhor é mais importante do que ser diferente.
O raciocínio não-linear
O conceito de revolução é baseado no raciocínio não-linear.
Em um mundo não-linear apenas ideias não-lineares criarão riqueza.
Essa inovação exige que a empresa escape das amarras dos precedentes e imagine soluções inteiramente novas para as necessidades dos clientes.
O maior obstáculo, entretanto, está na dificuldade em romper com os dogmas da superestrutura mental que justifica o status quo dominante.
A história está plena de exemplos a demonstrar que raramente as inovações num produto ou serviço são originadas pelos agentes que estão solidamente instalados nesse negócio.
Então, vamos refletir … como você está se adaptando a estas mudanças?
Deseja informar-se mais sobre o assunto? Consulte: A disrupção já chegou e você não percebeu.