A característica mais marcante de um gestor desagregativo é o fato de ser desprovido de senso de autocrítica.
Considera-se um bom gerente, atribuindo a si mesmo as razões dos sucessos e às circunstâncias e aos outros os malogros.
Nitidamente divide os subordinados em duas categorias:
- aqueles dedicados e interessados, assíduos, pontuais e que “trabalham de verdade”
- e os indiferentes, que não se interessam por nada e que são “casos perdidos”
Nunca lhe passa pela cabeça ser ele o indutor desses comportamentos, através de suas atitudes no relacionamento com a equipe.
Avalia-se pelas suas intenções e não pelas suas ações.
Como tem de si a autoimagem de ser um bom líder, não tem a mais remota noção de que incomoda as pessoas e de que não é amado nem admirado por elas.
Essas facetas desagradáveis nunca são mencionadas pois nas avaliações de desempenho, em conjunto com o seu superior, os assuntos concentram-se objetivamente na discussão de aspectos de trabalho e desempenho e não se discutem pequenos incômodos ou fatos irritantes.
Os comportamentos irritantes mais comumente apresentados por gestores desagregativos são relacionados a seguir:
Vencer sempre
A necessidade de dar a última palavra em todos os assuntos, sejam eles importantes, sem importância ou até mesmo irrelevantes.
Compulsão em contribuir
Necessidade de adicionar sua contribuição a qualquer assunto em pauta.
Predisposição a julgar
A necessidade de qualificar as pessoas e de impor aos outros os seus padrões de avaliação.
Fazer comentários depreciativos
O uso do sarcasmo desnecessário ou fazer comentários cáusticos sobre as pessoas, com o intuito de parecer espirituoso.
Iniciar os assuntos com as palavras “não”, “mas” ou “contudo”
Utilizar essas expressões negativas, as quais, na realidade,têm o significado de “Eu estou certo e você está errado”.
Auto enaltecimento
Fazer ver ao mundo que é muito mais esperto do que os outros pensam.
Falando quando com raiva
Permitir que a verborragia o domine como instrumento de gestão.
Negatividade
A necessidade de compartilhar pensamentos negativos, ainda que não solicitado
Reter informações
Acreditar que conhecimento é poder e não compartilhar as informações como forma de manter vantagem em relação aos outros.
Deixar de dar o devido reconhecimento
Incapacidade de elogiar e de recompensar.
Alegar crédito não merecido
Superestimar a sua contribuição para qualquer sucesso.
Forçar desculpas para si mesmo
Tentar convencer as pessoas de que seus comportamentos irritantes são parte integrante de seu DNA e, portanto, algo a se suportar com resignação.
Agarrar-se ao passado
A necessidade de desviar de si a responsabilidade sobre os resultados, transferindo-a para pessoas e fatos do passado, como culpa de todos.
Eleger favoritos
Não perceber que está tratando pessoas injustamente.
Não manifestar arrependimento
A incapacidade de assumir a responsabilidade por suas ações, de admitir que errou ou de reconhecer que suas ações afetaram outros.
Não ouvir
A forma mais agressiva de desrespeito.
Não agradecer
A forma mais básica de maus modos.
Repreender quem o alerta para problemas
A forma mais equivocada de atacar o inocente que está apenas tentando ajudar.
Passar a bola
Transferir para outros a responsabilidade pelos fracassos.
Uso excessivo do pronome “eu”
Auto exaltar-se a ponto de apresentar suas falhas como virtudes.
Raramente um gestor reconhece que apresenta qualquer desses comportamentos. As boas notícias são:
- Se você reconhece possuir algum desses comportamentos, isso significa que você está no caminho de se tornar um melhor líder;
- São problemas fáceis de consertar: simplesmente pare de praticá-los!
- Se você não enxerga nada de errado é porque você está iludido; solicite que os outros o avaliem anonimamente e você encontrará várias oportunidades para melhorar.