Estamos vivendo a Era do Conhecimento.
A Era do Conhecimento teve início num período de aproximadamente 10 anos entre meados da década de 80 e da década de 90 do século passado.
Ela marca o início de uma revolução que está em curso e que mudará fundamentalmente a feição da nossa sociedade.
Três eventos, aparentemente independentes, mas totalmente interligados são os originadores dessa revolução:
O primeiro deles, ainda na década de 80, foi a criação da internet, que veio a permitir o livre fluxo da informação
Em seguida, mas quase ao mesmo tempo, tivemos a grande disseminação e a utilização intensa da tecnologia eletrônica digital, que veio a ocasionar a convergência das tecnologias de comunicação, unindo dados, imagem e voz num só sistema.
A tecnologia digital veio a revolucionar os produtos com os quais convivemos, nossos eletrodomésticos, automóveis e meios de locomoção; alterou fundamentalmente também os nossos meios de produção, com a automação e a robótica.
O terceiro evento, não menos importante que os demais, foi o fato de que no mundo mais desenvolvido os investimentos em tecnologia da informação passaram a ser maiores dos que os investimentos em tecnologia da produção.
Nas palavras sábias e premonitórias de Peter Drucker, temos:
o fator real, o recurso limitador e absolutamente decisivo, ou seja, o “fator de produção” não é hoje o capital, a terra ou o trabalho. É o conhecimento. Ao invés de capitalistas e proletários, as classes da sociedade pós-capitalista serão os trabalhadores do conhecimento e os serviçais.
Peter Drucker
Nosso foco é avaliar como a Era do Conhecimento afeta o mercado de trabalho.
O primeiro fator que se evidencia é que cada vez mais o trabalho envolve o processamento do conhecimento do que a manipulação de coisas.
O fato é que hoje mesmo nos segmentos tradicionalmente associados à contratação de grandes contingentes de mão de obra, como é o caso da indústria automotiva com suas linhas de produção, essas empresas hoje empregam mais trabalhadores do conhecimento do que operários de produção.
Numa indústria automotiva, ou farmacêutica, ou nos mais variados segmentos, temos mais pessoas trabalhando em desenvolvimento de produtos, engenharia avançada, desenvolvimento de fornecedores, compras, logística, distribuição, marketing, vendas, finanças, controles etc do que pessoas envolvidas nos processos produtivos. E essa relação tende a desequilibrar-se cada vez mais em favor do trabalho do conhecimento.
Assim como na atualidade 2,5% da população vive na agricultura e produz todos os alimentos e produtos agrícolas que a humanidade consome, deveremos nos defrontar com um mundo onde outros 2,5% da população estarão envolvidos na produção de todos os produtos manufaturados necessários para a vida.
Mais ainda, constatamos que o ritmo de inovação atingiu um estágio alucinante. Produtos são criados, têm vida curta e morrem constantemente. Todos têm dificuldades de acompanhar a velocidade das mudanças.
Por seu lado, as velhas estruturas de empregos, com seu desenho piramidal, com cargos definidos e descritos, com relações hierárquicas de chefes e subordinados, limites de autoridade, cargos, salários e benefícios é totalmente inadequada para acompanhar a velocidade requerida das mudanças.
Não tem a flexibilidade necessária.
Rapidamente caminhamos para o desenho de novas estruturas de organização, na qual o conceito não é o de fazer o seu trabalho, mas contribuir para os resultados do negócio.
Com isso, o emprego como nós o entendemos, como nossos pais e avós o entenderam, é coisa do século passado!
O emprego é hoje uma relação transitória.
O gráfico abaixo ilustra essa situação. Ele foi baseado na análise de milhares de currículos que compõem a nossa base de dados.
Pessoas que atualmente têm idade entre 50 e 55 anos apresentam o tempo médio de permanência de 8,2 anos por emprego. À medida em que percorremos as sucessivas gerações, vemos que esse tempo médio
sistematicamente cai, até que ele atinge menos de 3 anos na geração de 30 a 35 anos de idade.
Ou seja, pessoas com cerca de 10 anos de atividades profissionais estão atingindo o seu terceiro emprego após concluir os estudos universitários.
Isso demonstra que a busca de trabalho e renda, seja na forma de emprego, seja na forma de prestação de serviços, que no passado era uma atividade rara, esporádica na vida dos profissionais, ocorrendo duas ou três vezes ao longo de suas carreiras, passará a ser uma atividade recorrente. Todos devem estar preparados para repetir essa busca de 8 a 10 vezes durante sua
carreira.
Entretanto, esse objetivo, sem estar suportado por um plano, é tão somente um sonho.
Nosso programa GRADUS de recolocação profissional prepara profissionais para o novo ambiente do mercado de trabalho.