Quem ainda não passou pela situação incômoda de estar só num evento, durante o período de confraternização, seja ele o coquetel de abertura ou de encerramento?
É a sensação de se sentir deslocado, segurando um copo na mão e circulando entre grupos de duas ou mais pessoas, todas entretidas em conversações e sorrisos.
Procura alguma face conhecida e não encontra ninguém.
É desagradável a sensação de se sentir um estranho no ninho no ambiente.
Uma das mais comuns preocupações é a de como iniciar uma conversação com um completo desconhecido?
Como a pessoa irá reagir?
Será que seu comportamento poderá ser considerado intrusivo?
Na verdade, o processo é bem mais fácil do que aparenta, desde que se consiga eliminar as barreiras mentais que nos assombram.
Se a outra pessoa está igualmente isolada, é muito provável que se esteja sentindo como você.
O importante é possuir um arsenal de frases “quebra gelo” e usar no momento aquela que sua intuição lhe disser ser a mais adequada.
Veja alguns exemplos a seguco:
A mais tradicional abordagem
A maioria das pessoas adora falar de si mesmas, principalmente quando comparecem a um evento.
Raramente o que as motiva é o tema, mas a oportunidade de expandir seu círculo de relacionamentos profissionais, em decorrência de algum motivo oculto, como: gerar oportunidades de negócios, conhecer eventuais futuros empregadores, travar contato com autoridades e tomadores de decisão que possam influenciar a empresa para qual trabalham etc.
Na abordagem clássica, inicia-se o contato perguntando
“Qual o seu interesse nesse evento?” ou “O assunto desse evento (…..tema…) está relacionado ao seu trabalho?”
Seguindo-se por:
“O que você faz?” ou “Qual a sua atividade profissional?”
Demonstre interesse pela pessoa e faça perguntas complementares sobre o seu trabalho, com frases do tipo: “Puxa! Você falou em blockchain (ou economia circular, ou gerenciamento de nuvem, ou segurança de dados, ou mentoria reversa etc.), que é um assunto muito atual. Do que se trata?”
Uma pergunta mais ampla seria “Qual a sua história?”
Iniciar comentando algo relacionado ao evento.
Procure algum ponto em comum, relacionado ao evento, que você possui com o eventual interlocutor, com frases do tipo:
“Esses canapés estão formidáveis. Você já experimentou as barquinhas de salmão?”
“Como você soube desse evento?”
“Está muito quente (ou frio) aqui dentro! Você também está sentindo?”
A pessoa vai concordar ou discordar, estabelecendo a base para a interlocução falando de tempo, temperatura, e seguindo com outros assuntos.
“É muita informação que estamos recebendo. Houve algo de novo que lhe chamou a atenção?”
“Que lugar bonito! Você já esteve aqui antes?”
Falar sobre atualidades
Uma alternativa, é mencionar um assunto que estabeleça algo em comum com você, evitando, contudo, temas mais inflamados.
Fuja, como o diabo da cruz, de temas sobre política ou assemelhados. Fique em coisas mais amenas, como:
“Eu não tive tempo de ver o noticiário de hoje cedo. Aconteceu alguma coisa de importante?”
“O que você acha da recriação da CPMF com outro nome?”
“O que você acha da escalada da violência no Rio de Janeiro (ou em qualquer outro lugar do planeta, ou dos ataques do crime organizado no Ceará etc.)”
“Saiu publicada alguma coisa nova sobre …” (indique um assunto do momento, como foi a acusação de estupro contra o Neymar Jr.)
“Para mim foi muito difícil chegar aqui. O trânsito estava caótico para quem veio da zona sul. Você também teve dificuldades?”
“Acho que o estacionamento está superlotado. Estou pensando em sair antes para evitar a confusão. Você também está com o carro aqui?”
Como lidar com sua timidez e introversão
Caso você seja o tipo de pessoa que se sente intimidada ao entrar num ambiente cheio de desconhecidos, procure alguém que provavelmente esteja passando pelo mesmo sofrimento.
Essa pessoa provavelmente também estará sozinha, parada num canto mais isolada, com olhar perdido.
“Que coisa! Esses eventos são malucos! Você se incomoda se eu também ficar por aqui, que é mais tranquilo?”
“Já que nós dois estamos aqui, perto do (buffet, recepção, balcão, porta do salão etc.) acho que devemos nos conhecer. Eu sou (seu nome) da empresa (nome)”. Estenda a mão para cumprimentar.“
É igualmente possível fazer um cumprimento a respeito do traje ou acessório da pessoa.
“Que gravata linda! É um produto de classe! Você a comprou aqui no Brasil?”
“Eu sempre tenho dificuldade de iniciar a conversa com alguém desconhecido. Você tem o mesmo problema?”
Uma tirada de humor
Um pouco de humor é uma maneira descontraída de começar um relacionamento.
“Por mais que eu me esforce, eu sempre tenho a sensação de que estou vestido da maneira errada para o evento. Veja quanta gente sem gravata!” (ou de terno azul, ou de traje informal, ou qualquer outro atributo que lhe ocorra).
“Ah! Eu somente vim pelos ótimos vinhos que eles oferecem.” Segue: “Como você ficou sabendo sobre este evento?”
“Vou ser honesto. A única pessoa que eu conheço aqui é o garçon. E fiquei conhecendo há uns dois minutos.” Segue-se: “Você também está sozinho?”
“Meu chefe me disse que eu tenho que sair daqui com, pelo menos, três cartões de visita. Posso me apresentar?”
“Eu estou escrevendo um artigo sobre as piores maneiras de iniciar um relacionamento num evento. Você tem alguma experiência para me contar?”
Uma abordagem ao acaso
Aproximar-se da pessoa com algum assunto inesperado, como:
“Saindo deste evento eu vou jantar. Você conhece alguma boa churrascaria nesta região?”
“Você conhece o (diga o nome de uma pessoa que seja seu conhecido)” Não importa quem seja a pessoa. Provavelmente a resposta será “Não” mas já quebrou o gelo. Siga a conversação.
Tente identificar algum Famoso(a) que esteja no evento e comente: “Você viu o (nome da pessoa) ali naquele canto? Você o conhece?”
Como livrar-se do chato
Muito bem. Você conseguiu estabelecer o contato com alguém, mas está arrependido pois se trata de pessoa enfadonha, sem nenhum interesse para você e pegajosa, que não o larga. Como livrar-se dela?
“Desculpe-me interromper, mas eu preciso cumprimentar uma pessoa muito importante para mim (ou para minha empresa) que acabou de chegar (ou que eu vi naquele lado). Até já.” (saia correndo, pois o chato pode dizer que vai junto).